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CBH São Lourenço destaca a importância da conservação ambiental

Por Wesley Mendonça


A conservação ambiental garante o equilíbrio do ecossistema. Crédito da Imagem: Profill
A conservação ambiental garante o equilíbrio do ecossistema. Crédito da Imagem: Profill

Crise climática, efeito estufa, elevação da temperatura do planeta, desenvolvimento sustentável, educação ambiental, as expressões quando o assunto é natureza são muitas. Mas há uma palavra que conecta todos os termos anteriores seja pelo seu efeito preventivo ou seja pelo seu potencial de recuperação de áreas com algum nível de degradação. A conservação nunca foi tão importante e necessária como atualmente. Nesta segunda-feira (28/07/2025), data em que se celebra o dia mundial da conservação da natureza, o Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Rio São Lourenço reforça a relevância da compreensão sobre o significado do tema para sua concretização em ações efetivas de preservação e restauração ambiental.


O que é, então, conservação do ponto de vista ambiental? Vinicius Hipólito Lopes de Resende, mestre em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, representante da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) no CBH São Lourenço, e 2º secretário do comitê, explica que conservação é a manutenção da natureza com o mínimo de intervenção humana possível. O que não significa, no entanto, não mexer em determinada área ambiental, afinal, inevitavelmente, toda ação humana gera impactos. Mas isso não pode servir de justificativa para decisões e/ou interferências deliberadas, sem planejamento. “Conservar é você manter o ciclo da vida funcionando, é você derrubar o mínimo de árvores possível, ou você causar o mínimo impacto possível. É você alterar o mínimo possível aquele ecossistema, sejam recursos hídricos, seja ambiente terrestre, seja qualidade do ar”, ensina Hipólito.


O desmatamento irregular é uma consequência da irresponsabilidade humana sobre a natureza. Segundo o Mapbiomas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no acumulado de janeiro a junho de 2025, o Cerrado registrou 3.358 km² de áreas sob alerta de desmatamento, frente a 3.724 km² no mesmo ciclo em 2024, o que equivale a uma diminuição de 9,82%. Apesar da tendência de queda, o alerta é mantido, nesta época do ano, já que a estiagem pode favorecer as queimadas. O Cerrado é um dos biomas presentes na área de abrangência do CBH São Lourenço, que possui também uma pequena parcela de Amazônia e outra de Pantanal. Para evitar os impactos ambientais, Hipólito orienta que “todas as ações precisam ser pensadas. Ah, vou desmatar, vou tirar as árvores naturais, vou tirar os angicos, os ipês, as lixeiras e vou plantar um monte de mangueiras. Isso não é conservação. Se eu tiro uma árvore não frutífera e coloco uma frutífera, eu vou atrair insetos e animais que não existiam e vão impactar todo o ecossistema”.


Na região da bacia hidrográfica do Rio São Lourenço, a conservação precisa ser considerada seriamente, já que ela abastece aquíferos e contribui com a manutenção do Pantanal. Quando se desmata, o ciclo das águas pode mudar, porque as raízes funcionam como uma rede que segura o solo e, consequentemente, retém e direciona as águas das chuvas. O 2º secretário do CBH São Lourenço alerta ainda para a construção de barragens e contenções nos leitos d’água de forma inadequada. “Nós estamos numa região de alagamento, nosso ecossistema está acostumado a pulsos de inundação. No período das águas, o leito dos rios aumenta, a água sobe além do canal padrão e depois volta. Algumas plantas e animais dependem desse pulso d’água para manter seu ciclo natural. Impedir isso vai causar impactos no equilíbrio natural”, enfatiza.


O primeiro passo para tornar a conservação realidade é tomar consciência da realidade. A água que é usada irresponsavelmente, por exemplo, é retirada de uma área geográfica que poderá sofrer com escassez. “O pessoal lava a calçada todo o dia, faz a vassoura hidráulica, e o tempo do ciclo da água é diferente do nosso. Há pessoas que retiram a árvore da frente de casa depois que consegue o habite-se e aí reclama que está quente, tem inundação, falta água. É preciso, então, ter mais consciência”, pondera Vinicius Hipólito.


Pesquisa sobre o plano de bacia e enquadramento dos corpos d’água


A Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso está elaborando o plano de bacia e enquadramento dos corpos d’água da bacia hidrográfica do Rio São Lourenço que, objetivamente, é um documento que irá fazer um diagnóstico dos recursos hídricos disponíveis e quais ações devem ser tomados para mantê-los em equilíbrio. A população pode participar da construção do plano. Um questionário está aberto até o dia 5/08/2025 para que as pessoas possam contribuir com respostas simples. As informações serão usadas apenas na construção do plano e mantidas sob sigilo.


Clique no link e participe: forms.office.com/r/qTzxdC1BHu.





 
 
 

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